sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Onde está Morfeu?

Todas as noites eu persigo esse jovem esbelto, que insiste em esconder-se nos cantos mais improváveis.
Nas longas horas da madrugada, ficamos os dois a brincar desse jogo de esconde-esconde. É um jogo terrível, sofrido, doloroso, mas quando acaba... Ah, como é doce o encontro!
Sob a vigília dos olhos pesados da noite, nossos corpos se entrelaçam e dançam um balé bêbado, estático. Então ele me ergue em seus braços e, com uma leveza digna de um verdadeiro deus, deposita meu corpo dormente sobre os lençóis brancos do leito.
Meus olhos ainda se agitam, sonolentos, buscando seus olhos negros.
Suavemente, ele pressiona seus doces lábios de efebo contra minhas pálpebras, que se cerram lentamente.
Ainda sinto seus dedos longos acariciando minha fronte...

O sol invade o quarto, queimando meus olhos.
Cubro a cabeça com o lençol, imaginando como será doce a próxima noite.