segunda-feira, 23 de maio de 2011

Amor. Amor? Amor!

Quando você ama, a quem você ama?

Ama-se verdadeiramente o que?

O objeto do amor?

O amor em si?

Ou, quem sabe, a idealização do amor?

O amor não seria apenas um enamorar-se do amor que salta dos olhos do enamorado, enamorado pelo amor que salta dos olhos por ele enamorados? E não seria isso amar simplesmente o amor em si, em sua forma mais pura e verdadeira?

A tristeza do enamorado desiludido é a separação de seu enamorado ou a desilusão de ter seu enamorar-se pelo amor pelo amor traído?

E quem, nesse louco mundo de tolos enamorados, há de explicar o amor?

"Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure" - Vinicius de Moraes

Inspirado por Thiago Carvalho (Minha Vida Um Romance)

A Ansiosa Ansiedade OU Divagações Sobre a Pressa

"A pressa é inimiga da perfeição"

"Quem tem pressa come crú"

É difícil lutar contra a pressa quando a ansiedade se torna sufocante, quando os olhos embaçam e fica impossível ver com clareza o movimento lento do mundo à sua volta. Quando o universo parece imóvel, o pulso acelera, o sangue martela o cérebro, o ar em volta se torna rarefeito. E é aí que o ansioso se torna vítima indefesa dessa tal de pressa, que o devora numa só dentada, crú e imperfeito.

NHACT!!

"Decifra-me ou devoro-te"

Inspirado por Pat Lávsqui (A Cética Desabusada)

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Saudades

Eu sinto saudades.
Sinto saudades de coisas que não vivi, que não senti.
Sinto saudades de sonhos que nunca deixaram de ser apenas sonhos. Sonhos que nem eram meus.
Sinto saudades de coisas que nem sei dizer o que são. Coisas que não existiram, que jamais existirão.
Saudades de um mundo inventado, de um tempo imaginado.
Uma saudade sem nome, sem forma, sem cor.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Falemos de Números

É uma matemática simples:
Eu falo em pessoas, você me responde em números.
Eu falo em sentimentos: bagunçados, desorganizados, confusos e conflitantes.
Você me responde em itens bem separados, organizados e delimitados.
Cada vez que ouço sua voz distorcida ao telefone, já prevejo todo o discurso, todos os argumentos e toda a impotência diante deles. Como se argumenta contra uma certeza absoluta e imutável? Contra os argumentos rígidos e matemáticos que desprezam o sentir?
Como se argumenta contra números?

Números não falam de pessoas!
Para mim, um mais um pode ser dois, ou três, ou quatro milhões, ou até mesmo azul!
Nunca fui bom em matemática, você sabe...

Ainda me lembro da frase: "Você não sabe? Então pensa!"
Pois é, quanto mais eu penso, mais essa matemática não faz sentido pra mim. Um monte de números mortos, isso sim.

E sabe o que me entristece? É ver que cada dia mais você se afasta daquele ser pensante que eu tanto admirava pra se tornar um amontoado de números e estatísticas. Porque eu sei que esse não foi sempre você, e por isso tenho esperanças de que ainda se lembre desse ser de antes. Antes dos números, das notas, das turbinas de aviões. Esse ser... humano.

Quando lembrar desse ser, e os números perderem a importância, me avise. Eu sinto falta daqueles tempos.
Quando voltar a pensar nas pessoas como únicas, e não como unidades, me avise.
Quando voltar a falar de sonhos, e não de probabilidades, me avise.

Até lá, let's talk numbers.