terça-feira, 3 de maio de 2011

Falemos de Números

É uma matemática simples:
Eu falo em pessoas, você me responde em números.
Eu falo em sentimentos: bagunçados, desorganizados, confusos e conflitantes.
Você me responde em itens bem separados, organizados e delimitados.
Cada vez que ouço sua voz distorcida ao telefone, já prevejo todo o discurso, todos os argumentos e toda a impotência diante deles. Como se argumenta contra uma certeza absoluta e imutável? Contra os argumentos rígidos e matemáticos que desprezam o sentir?
Como se argumenta contra números?

Números não falam de pessoas!
Para mim, um mais um pode ser dois, ou três, ou quatro milhões, ou até mesmo azul!
Nunca fui bom em matemática, você sabe...

Ainda me lembro da frase: "Você não sabe? Então pensa!"
Pois é, quanto mais eu penso, mais essa matemática não faz sentido pra mim. Um monte de números mortos, isso sim.

E sabe o que me entristece? É ver que cada dia mais você se afasta daquele ser pensante que eu tanto admirava pra se tornar um amontoado de números e estatísticas. Porque eu sei que esse não foi sempre você, e por isso tenho esperanças de que ainda se lembre desse ser de antes. Antes dos números, das notas, das turbinas de aviões. Esse ser... humano.

Quando lembrar desse ser, e os números perderem a importância, me avise. Eu sinto falta daqueles tempos.
Quando voltar a pensar nas pessoas como únicas, e não como unidades, me avise.
Quando voltar a falar de sonhos, e não de probabilidades, me avise.

Até lá, let's talk numbers.

3 comentários:

@Thiactor (Satya Gandharva) disse...

"já prevejo todo o discurso, todos os argumentos e toda a impotência diante deles."

UAl.

Pat Lávisqui disse...

hehehe

Luísa disse...

"Quando voltar a pensar nas pessoas como únicas, e não como unidades, me avise.
Quando voltar a falar de sonhos, e não de probabilidades, me avise."
adorei.