segunda-feira, 21 de março de 2011

Memória

Hoje me aconteceu uma coisa curiosa no caminho de volta pra casa.

Eu acabara de descer do ônibus quando, vindo do outro lado da rua, passa por mim um senhor de uns cinquenta anos, cantando muito alto. Enquanto as outras pessoas que esperavam pra atravessar a rua olharam-no com estranheza, eu sorri, sentindo uma leve inveja daquela criatura.
Atravessei a rua e continuei caminhando, cantarolando uma canção.
Eis que, sem mais nem menos, completamente alheia a meus pensamentos no momento, uma lágrima escorre. Foi então que percebi a música que estava cantando. Uma música que me remetia a uma história ainda um pouco dolorosa mas que, como muitas outras coisas, estava jogada em algum canto da memória.
Aquela lágrima foi única, solitária.
Tive pena de enxugá-la, e deixei que secasse com o vento.

2 comentários:

Pat Lávisqui disse...

poeticamente real.

Luísa disse...

as vezes algumas coisas bagunçam nossas memórias.
e aí a gente sente td... de novo.